........................I
As madrugadas esculpidas
1.
As madrugadas esculpidas
1.
este era o coração esculpido da chama
compartida no lume reaberto da espiral
profanada no gesto obsceno da lâmina
sobre a linha transparente das águas,
no útero da madrugada os espasmos
da finitude das veias que não cessam
como se de pedra negra o amor inicial.
compartida no lume reaberto da espiral
profanada no gesto obsceno da lâmina
sobre a linha transparente das águas,
no útero da madrugada os espasmos
da finitude das veias que não cessam
como se de pedra negra o amor inicial.
10.
no esplendor absoluto do silêncio
dobrado o lume sobre lágrimas
amadurecidas veias sobre o nome
Inês que traça o seu próprio curso,
eis o crepitar acelerado do assombro
fincado ao centro o êmbolo puro
que quis decifrar o destino da sílaba.
dobrado o lume sobre lágrimas
amadurecidas veias sobre o nome
Inês que traça o seu próprio curso,
eis o crepitar acelerado do assombro
fincado ao centro o êmbolo puro
que quis decifrar o destino da sílaba.
20.
na noite profunda dormem desvelados
os corpos uníssonos na unidade mítica
coroação descascada em uivos densos
atravessados reflexos dos ventos alísios,
o corpo sôfrego do amor sobre a terra
fechada a paisagem obstinada acocorada
na miragem das raízes a boca de Pedro.
os corpos uníssonos na unidade mítica
coroação descascada em uivos densos
atravessados reflexos dos ventos alísios,
o corpo sôfrego do amor sobre a terra
fechada a paisagem obstinada acocorada
na miragem das raízes a boca de Pedro.
24.
para acender outra vez aqueles olhos
de lava as águas fecundas do Mondego
sublimam a distância fronteira do golpe
cru o espectro entre as paixões da carne,
a memória álgida no excesso das artérias
filiais as bocas no odre do sangue antigo
com uma serpente felina no vigor do aço.
de lava as águas fecundas do Mondego
sublimam a distância fronteira do golpe
cru o espectro entre as paixões da carne,
a memória álgida no excesso das artérias
filiais as bocas no odre do sangue antigo
com uma serpente felina no vigor do aço.
........................II
...........Pedro e Inês
Na combustão de Inês a cânfora.como se
sob a oxidação da luz o cordão umbilical.
agora o amor prefigura-nos melhor sobre
as águas.as ardósias da fonte continuam
desencarnadas nos golfos do crime.elas as
águas ainda na exactidão enregelada das
lâminas.nos veios cintilantes da nua sílaba
o poema.ingreme no equilíbrio do sangue
a fulguração do fogo.inteiramente vencido
nas mãos do assombro.aí sob os líquidos a
clara magnólia inteira.a ferida ainda fresca.
In, Pedro e Inês ou As madrugadas esculpidas - 2009
Na combustão de Inês a cânfora.como se
sob a oxidação da luz o cordão umbilical.
agora o amor prefigura-nos melhor sobre
as águas.as ardósias da fonte continuam
desencarnadas nos golfos do crime.elas as
águas ainda na exactidão enregelada das
lâminas.nos veios cintilantes da nua sílaba
o poema.ingreme no equilíbrio do sangue
a fulguração do fogo.inteiramente vencido
nas mãos do assombro.aí sob os líquidos a
clara magnólia inteira.a ferida ainda fresca.
In, Pedro e Inês ou As madrugadas esculpidas - 2009
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